quinta-feira, 7 de abril de 2016

Salvo? Ser salvo de quê?


Recentemente eu conversei com uma pessoa e ela estava questionando a minha fé, uma frase que ela disse imediatamente me chocou: “Salvo? Ser salvo de quê?” Bom, isso é mais comum do que pensamos. Sobretudo em países desenvolvidos onde o relativismo tem aumentado drasticamente. Quando estamos em nossa vida comum, quando não temos com o que nos preocupar, quando está tudo sobre controle, há uma sensação lá no fundo de nós que ainda questiona: Ser salvo de quê?
(Esse questionamento é automaticamente extinguido quando você conversa com um casal de pais que teve a sua filha abusada sexualmente anos e anos por alguém próximo, ou quando vemos alguém inocente com uma bala na testa, ou algo do tipo. Mas eu vou tentar explicar didaticamente.)
Vamos começar do começo. A bíblia explica a história do mal, ela provavelmente é o único livro que se dedica quase que completamente em responder em responder essas questões.
Temos que em um lugar perfeito, onde Deus era adorado por anjos dia após dia, todos vivendo em harmonia e em completa paz, um anjo se rebela, acusando Deus de ser tirano e quer elevar o seu trono acima do de Deus. O mistério da iniquidade. Como pode em um lugar perfeito alguém se rebelar? Mas olha, como pode em um lugar perfeito alguém não poder se rebelar?
Tempo não é algo que existia ainda, mas eu vou dizer que foram vários anos de guerra no céu. Até que Lúcifer foi expulso e com ele levou um terço dos anjos. A bíblia diz que nele havia uma multidão de pecados, não um, não dois, uma multidão.
Lúcifer seduzia anjos que viviam em plenitude ao lado de Deus a achar que Deus era tirano e que exigia obediência cega dos seus subordinados. Mas, espera, se Deus exigia obediência cega como eles iriam se rebelar?
Estava criado o mal. Não exatamente criado, pois ele não é uma substância por assim dizer, mas sim a ausência do bem. Assim como o frio é a ausência do calor.
Deus dá início então a uma nova dimensão que contêm tempo e espaço. E em procura de alguém, diferente dos anjos, para ter um relacionamento de intimidade, cria o homem. Imbuído de livre-arbítrio e de TODA a natureza de Deus, o homem viveria agora em completa harmonia com o seu Criador. O seu propósito não era só adoração, era um relacionamento vivo onde o homem era o ser mais privilegiado de todas as eternidades passadas: Ele tem acesso ao coração de Deus, não apenas a glória, não apenas ao poder, não apenas ao seu sorriso distante, mas ao seu próprio coração. Deus se tornou sondável.
De todo um universo de possibilidades, Deus cria então uma faixa de gaza, um árvore, onde o homem poderia ser tentado por satanás, o antigo Lúcifer. Pois ele não é tirano.
O mistério da iniquidade. Satanás seduz o homem de forma que ele pense que ao comer o fruto da árvore, ele se torne como Deus. Sim, satanás seduziu o homem para comer o fruto da árvore do mal e em troca ele teria o que ele sempre teve: a imagem a semelhança do Criador.
ADIVINHA O QUE ELE FAZ????
Deixe eu te dizer uma coisa: Ninguém entendeu nada. Os anjos não entenderam nada, os seres criados por Deus não entenderam nada. E, sinceramente, eu não entendi nada.
Estavam abertos os portais do sofrimento, e o homem não mais poderia viver no lugar perfeito. Imagine o primeiro espinho ao entrar em contato com a pele, imagine o primeiro sangue a ser derramado.
Mas não, Deus não se conformou. Ele não iria perder o homem como perdeu Lúcifer. Ao homem ele tinha dado a sua glória, ao homem ele tinha dado a sua imagem, ao homem ele tinha dado os seus olhos, a sua dedicação exclusiva, ao homem ele tinha dado o seu coração.
Mas o homem precisava entender isso. O homem tinha que perceber o que ele perdeu, para saber então que ele poderia ganhar de volta, porque Deus estava dando uma nova chance. Deus estava mandando um cruz. Para Adão? Para mim? Para você? Não, para si mesmo.
Há uma longa história entre a queda e a cruz. Mas Deus começou a contá-la de um jeito simples: Não é o conhecimento do bem e do mal que você quer? Ele cria algo chamado lei. A lei era para provar ao homem que ele precisa do seu Criador para ser completo de novo. A lei veio para provar que não podemos conquistar o Éden de novo sem o favor imerecido de Deus.
O homem precisava conhecer a morte através do pecado, para posteriormente conhecer a vida através de Cristo. Então Deus se faz refém do seu próprio amor.
O homem precisou de milhares de anos, sacrifício após sacrifício, morte após morte, sangue, guerras, para entender que havia um resquício de glória nele que clamava pelo Éden.
O homem queria ser como Deus e pecou. Então Deus se fez como homem e o salvou.
Não há metáforas que expliquem esse amor.
Mas existe uma palavra que chega perto: graça. Graça que eu e você não podemos entender.
Ele está nos restaurando o Éden! Através da lei? Através de regras? Através de boas obras? Não, através de graça. Se pudéssemos alcançar os céus com nossas próprias asas, que tipo de céu seria esse? Um céu equivalente aos meus esforços não seria nem de longe um céu.
Por isso, não há competição entre graça e lei. Somos salvos pela lei? De modo algum! É impossível ser salvo por ela, pois ela nos condena. E a graça nos salva do pecado que a lei nos mostra. Só existe graça porque existe lei. Afinal, se não há lei, seremos salvos de quê?
Essa é uma história que ainda está sendo contada. E no final, Deus acabará com o mal e nos restaurará perfeitamente à posição original.
Mas há um plano de salvação que está em andamento agora. E eu quero ser parte dele. Eu quero saber o que Deus está fazendo ao redor do mundo nesse exato momento. Deus está redimindo a sua criação e eu quero que ele conte comigo.
Porque, no fim das contas, não é incrível como Ele olhou para esse mundo e fez dele a menina dos seus olhos?

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