sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Construindo para quem?



Herodes gostava de construir coisas que desafiavam a natureza. Em Cesaréia, ele construiu através do Mediterrâneo. Construiu banhos romanos, quentes, frios e mornos. Seu palácio tinha uma varanda que se estendia para o mar para que os visitantes pudessem visitar o palácio diretamente de um navio.

Cerca de 40 a.C., Herodes, governador da Galiléia, foi nomeado rei da Judéia pelos romanos. Eles queriam a cultura romana. Eles queriam as rotas comerciais protegidas. Mas Herodes não dispunha de um porto marítimo, o que era necessário para facilitar a entrada de soldados romanos, assim como o comércio. E então ele construiu Cesaréia.
Ele construiu um anfiteatro de 4 mil lugares, com água corrente, e um sistema de esgoto perfeito. A cidade rivalizava com Roma em sua beleza e modernidade. O porto era o maior do mundo.
A cidade ocupou o palácio do governador regional, Pôncio Pilatos, na época de Jesus.
Por causa do porto, muitas das viagens missionárias de Paulo começaram em Cesaréia. Quando Paulo viajou de volta para a Palestina, ele chegou a Cesaréia, onde foi julgado e posteriormente mandado para César. Assim, Cesaréia foi de muitas maneiras o início e fim da carreira de Paulo.
O seu porto foi, assim, uma parte importante do envio do evangelho ao mundo gentio.
Em 64 d.C., houve um motim em Cesaréia, no qual os gentios mataram muitos judeus inocentes. Isto levou à revolta dos judeus, o que levou à destruição de Jerusalém e ao fim do sistema de sacrifício no templo. Exércitos romanos destruíram Cesaréia para remover a memória da glória da Judéia sob Herodes.
Herodes construiu para Herodes. E, portanto, sua construção não poderia durar. Tudo o que ele construiu está agora em ruínas. E ele é hoje lembrado principalmente pelo abate de bebês.
Jesus jamais ergueu um edifício. Ainda assim dividiu a história e é o homem mais famoso do mundo.
Joana, a mulher do administrador da casa de Herodes Antipas, parecia não se importar com os benefícios de seu status social e toda a glória de ser elite e começou a seguir por todo canto um certo homem que dizia ser o Cristo, juntamente com os seus discípulos, pescadores incultos. De certa forma, aquilo era mais valioso e excitante.
Um pouco mais ao leste, o glorioso rei Davi, quando ainda jovem e sequer tinha força para sustentar uma armadura, tomou uma funda e matou Golias. E Davi será lembrado para sempre, porque ele fez o que fez para que o mundo soubesse que o Senhor é Deus.
Paulo teria feito um perfeito lobista. Seu título invejado de cidadão romano juntamente com toda sua eloquência e influência judaica poderia lhe gerar oportunas trocas de favores. Nós lhe damos mais poder, riqueza e influência, e em troca você será uma peça em nosso tabuleiro. Paulo, entretanto, parece achar que a fraqueza é melhor que a força. Quão ingênuo isso soa?
Tudo parece se resumir a uma simples pergunta: Para quem estamos construindo?
Olhamos para trás na história e o que vemos? Revoluções e contrarrevoluções. Impérios caindo e se erguendo. Shakespeare falou sobre homens que vão e vêm como a lua. Eu vi um austríaco louco dizer que o reich alemão duraria mil anos e um palhaço italiano afirmar que o calendário reiniciaria a partir da sua própria ascensão ao poder. Eu vejo os Estados Unidos mais rico e com mais poder militar que o mundo inteiro junto, de forma que os americanos ganhariam de César ou de Alexandre facilmente em conquistas.
Hitler e Mussolini são lembrados apenas como uma infâmia. Stalin é um nome proibido no país que ele dominou por três décadas. Os Estados Unidos são assolados constantemente pelo medo de suas fontes de riqueza começarem a minar.
Tudo em uma geração.
E tudo levado pelo vento
E através dos milênios, parece ter restado um único nome.

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